terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Noel Rosa, o Poeta da Vila

Apenas vinte e seis aninhos tinha Noel Rosa quando a tuberculose o levou. O bicho era feio, mas feio mesmo. Nasceu há exatos cento e dois anos. A fórceps, e com uma má formação na mandíbula que lhe garantiu o peculiar rosto quase sem queixo. Era magrinho que só! Um fiapo de gente! Dinheiro também não tinha: demoraria ainda muito tempo pra que músico começasse a ganhar dinheiro com música. 

Noel Rosa, Poeta da Vila

Mas, como a todo bom artista, mulheres não lhe faltaram. Casou-se com a bela Lindaura (com esse nome, ainda bem que era bonita!), mas seu grande amor foi a prostituta Ceci, que Noel homenageou com o sambinha Dama do Cabaré. Com ela Noel passava noites regadas a muita bebida e cigarros, protagonizando uma infinidade de causos daquele caldeirão cultural que era a Lapa carioca.

Dama do Cabaré - Orlando Silva

Travou um frutífero duelo musical com Wilson Batista, de que resultou um sem-fim de sambinhas que nunca pararam de ser regravados, como Feitiço da Vila e Palpite Infeliz. Suas marchinhas também continuam ecoando ano após ano no Carnaval carioca. Aqui escolhemos a saborosa Pierrot Apaixonado, história de amor executada pelo grande Heitor dos Prazeres, parceiro de Noel na composição. Mais uma pérola do baú da TV Cultura.


Feitiço da Vila - Rosa Passos


Palpite da Vila - Lisa Ono


Pierrot Apaixonado - Heitor dos Prazeres


Já no fim de sua vida, Noel foi a BH respirar um pouco de ar puro e afastar-se da vida boêmia, seguindo recomendações de seu médico. Da capital mineira o Poeta da Vila Izabel escreveu para o médico os seguintes versos: "Já apresento melhoras/Pois levanto muito cedo/E deitar às nove horas/Para mim é um brinquedo/A injeção me tortura/E muito medo me mete/Mas a minha temperatura/Não passa de trinta e sete/Creio que fiz muito mal/Em desprezar o cigarro/Pois não há material/Para o exame de escarro".



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